Estrela grande
O céu transborda em nuvem por cima dos prédios. A lua laranja. O trem cheio. E eu penso em você.
Me deixa andar contigo até em casa? Me encontra na pracinha? Um flerte vazio. E eu penso em você.
Quando a gente começou? Onde a gente acaba? A gente vai conseguir o infinito?
A vida parece tão curta pra tanta coisa boa. E a morte é quase se libertar desses desejos.
O dedo afunda as teclas do piano e eu preciso segurar o choro. Esse ar seco de abril. O gosto de sal na tua pele.
As pessoas tristes enclausuradas em seus carros rápidos demais. Nunca vamos ser assim, te peço. Desde quando sábado virou mais obrigação que diversão?
A gente escapa dentro do outro. O olhar, o sorriso, o abraço quente. Todos refúgios secretos e nossos. Só nossos.
A cigarra e esse mato alto. A noite vai derretendo tantas certezas. Segura minha mão que é agora que trepida. Segura minha mão. Eu preciso. Preciso demais.
Salto na piscina fria. Bebo a cerveja gelada. E tua boca muda me hipnotiza. Afunda comigo. Confia em mim? Confia tanto e um pouco mais.